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Tag Archives: Roupa térmica

Confesso que nunca fui muito fã do Inverno. A única coisa que me agradava nessa época é que em julho tinha férias da escola e eu podia ficar até mais tarde afundada na minha cama entre todas as cobertas disponíveis. Além disso, só banho pelando, chocolate quente, fondue, sopinhas, chás e lareira me interessavam. Porém neste ano tuuudo mudou.

Primeiro porque finalmente conheci a maravilhosa indústria têxtil térmica — meu Deus, como consegui sobreviver quase 30 anos sem conhecer ao menos uma dessas peças mágicas? Ok, o olho arde com o vento gelado, os lábios racham, o nariz resseca, a garganta ameaça arranhar; mas é só colocar uma segunda-pele e uma meia calça por baixo da roupa e voilá, você está pronto para passear na rua feliz e saltitante. Esta é, realmente, A descoberta do momento.

O segundo e mais importante motivo de eu estar aceitando bem o fato de trocar uma Primavera (estação que mais amo) por outro Inverno é a neve. Pois é, como a maioria das pessoas que vivem em um país tropical, morro de vontade de conhecê-la. O mais próximo que cheguei disso foi durante a travessia dos Lagos Andinos, entre a Patagônia Chilena e a Argentina, quando consegui ver as Cordilheiras branquinhas, mas cheguei atrasada no único dia em que nevou em Bariloche. Daquela vez, enfrentei o frio em vão, mas realmente espero que agora todo o esforço valha a pena. É por isso — e só por isso — que faço coro com meus queridos Los Hermanos e concordo: deixa o verão pra mais tarde!

Os meteorologistas vêm prometendo há semanas e todos os alemães com quem surge o assunto “Tempo” dizem que já era para estar nevando bastante, entretanto só expectativas frustradas. Confesso que cheguei até a duvidar da existência desse gelinho que cai do céu, mas ontem tive a prova de que sim, ele existe. Fui almoçar no shopping e, na hora em que saí na rua, notei uma chuva com uns pingos meio estranhos, mais densos. Achei que fosse granizo, mas olhei para o chão e não tinha nenhuma pedrinha. Só quando esperava para atravessar a rua é que vi que os pingos, na verdade, eram neve caindo do céu no meu casaco. Na hora fiquei tão maravilhada que demorei para perceber o Ampelmannchen verde no semáforo. Mas como alegria de brasileiro dura pouco, foi tudo tão rápido que mal cheguei na porta do meu prédio e a neve já tinha derretido e virado só chuva.

Poxa, São Pedro. Ainda não deu pra aproveitar quase nada: não fiz anjinho, nem boneco de neve muito menos guerrinha. O máximo que eu vi foram uns tímidos floquinhos e alguns carros quase cobertos de branco antes de dormir, mas já era bem tarde e estava muito gelado — e eu de pijama, quentinha. Registrei na foto, mas por favor capricha aí que esse frio tem que ser compensado com uma diversãozinha, né? 🙂